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Novas regras na lei dos solos

 

O Governo reagiu, finalmente, ao clamor nacional. Em novembro de 2024, vimos a aprovação de uma alteração na Lei dos Solos com um objetivo ambicioso: desbloquear terrenos rústicos para a construção de casas, pondo o foco na habitação acessível.

O princípio é irrefutável: mais oferta = preços mais justos. Mas será que a fórmula é tão simples quanto parece?

 

A decisão dos Municípios: A Decisão Vital

O ponto desta mudança é a passagem da responsabilidade. A reclassificação de rústico para urbano não cai nas mãos do poder central. É uma competência exclusiva dos Municípios, com a palavra final a ser dada pela Assembleia Municipal num processo que se espera rigoroso.

Isto é, ao mesmo tempo, a grande virtude e o maior risco desta medida.

Por um lado, é uma vitória do Poder Local. São as autarquias que conhecem melhor o seu território, as suas carências e as áreas que devem ser protegidas. O crescimento tem de ser organizado, evitando a construção dispersa e caótica. A Lei é clara: as áreas sensíveis continuam blindadas.

Por outro lado, coloca-se a questão da agilidade. Será que os 308 Municípios de Portugal têm a capacidade técnica e a vontade política de levar a cabo estes processos de reclassificação de forma rápida e eficiente? A burocracia local pode ser o novo calcanhar de Aquiles, substituindo a inação do Governo.

 

Regras, Controlo e a Pressão do Tempo

A expectativa é que a combinação de mais oferta de terrenos (pela reclassificação) com regras e controlo de preços (através de mecanismos de habitação acessível) seja a solução que esperávamos. O Governo criou a ferramenta, mas a obra depende agora dos presidentes de Câmara.

 

A Minha Perspetiva de Comentador

O Governo fez o que lhe competia: criou o quadro legal. No entanto, desresponsabilizou-se da parte mais difícil da execução, empurrando o ónus para o Poder Local.

Acredito que esta é a medida mais promissora dos últimos anos, pois acerta no diagnóstico (falta de terrenos urbanizáveis) e respeita a autonomia local. Contudo, se os Municípios não agirem com coragem e celeridade, ultrapassando a tentação da inércia ou de interesses instalados, o resultado será nulo.

A lupa está agora sobre cada Câmara e Assembleia Municipal. O futuro da habitação em Portugal joga-se nas próximas deliberações autárquicas.


E você, concorda? A reclassificação via Municípios será o fator de viragem? Deixe o seu comentário abaixo!

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